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quinta-feira, 12 de agosto de 2010

CIRANDA DA ESPERANÇA

Não se sabe ao certo a origem das cirandas, mas desde as tradiçoes muito antigas o costume de se dançar em circulo vem passando pelas culturas, desde o Oriente, Ocidente, até os povos indígenas da América, que celebram a unidade e a fortaleza dançando em circulo.
A força dos braços se unem a fim de provar a fraternidade e a fidelidade no grupo, o formato circular lembra muito as primeiras danças judaícas que celbravam a aliança com o Deus da vida.
Essa aliança é aliança que devemos fazer em torno de um mundo onde ninguém mais queira dançar a dança da vida sozinho.
Minha proposta é que criemos a tradição de dançarmos continuamente em casa, no trabalho, na escola, onde estivermos reunidos a ciranda da esperança.
Que seja sinal da aliança que fazemos entre nós mesmos e o Transcendente que nos move. Cirandando pelo mundo olhemos mais profundamente nos olhos uns dos outros e percamos o medo que nos divide e nos coloca em posição de competição.
Sejamos cirandeiros da esperança e do amor...


Pela profecia o mundo ia se acabar
Pelo vagabundo deixa o mundo como está
Pelo ser humano pelo cano o mundo vai, ou não
Pelo cirandeiro o mundo inteiro vai rodar
Ciranda por ti
Ciranda por mim
Roda na ciranda que é pro não virar pro sim
Ciranda que vai, ô
Ciranda que vem
Roda na ciranda que é pro mal virar pro bem
Eduardo Krierger

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

LIMITAR A PROPRIEDADE EM DEFESA DA VIDA DA JUVENTUDE



A Pastoral da juventude do Brasil, lançou importante campanha que trata do
Extermínio de Jovens, é um grito forte em defesa da vida da juventude cada vez mais vulnerável em grandes centro urbanos e no interior do país sofrendo com a criminalização juvenil e sendo assassinada por diferentes mecanismos de repressão, desde a morte física ao abandono em relação a políticas públicas para a juventude. A morte do jovem padre e assessor da Pastoral da Juventude no Brasil Gisley, traz a tona o tema que não poderá ser esquecido enquanto houver um jovem tombando neste país.
O tema do limite da propriedade toca diretamente esse assunto. Com o ascenso da modernidade e da pós modernidade, a cidade fora cada vez mais tornando-se referência, não somente a juventude, mas a cultura camponesa paga o preço pelo esvaziamento nos últimos quarenta anos de políticas relacionadas a sobrevivência a partir do campo. Para a juventude ainda pior, se quiser estudar e ter acesso ao mecanismos de lazer cada vez mais a juventude tem que deixar o campo e ir embora para a cidade.
Com o bum tecnológico à partir dos anos noventa ainda mais o campo brasileiro vai sendo isolado e a juventude sempre mais expulsa para as periferias das grandes cidades brasileiras. A monocultura e o agronegócio vão descaracterizando a cultura camponesa e as pequenas propriedades vão sendo oprimidas por um sistema que favorece sempre mais a grande propriedade, há também um envelhecimento do campo, com os filhos longe do campo, famílias inteiras vendem ou abandonam a pequena propriedade para irem embora para a cidade. Oportunidade única para que latifundiários aumentassem ainda mais suas posses comprando ou arrendando pequenas propriedades muitas vezes com valores bem abaixo do estimado.
Segundo dados do IHA (Índice de Homicídios na Adolescência) de 2006, no conjunto dos municípios com mais de cem mil habitantes, o valor médio de vidas de adolescente perdidas por causa de homicídios foi de aproximadamente de dois para cada grupo de cem adolescentes de doze anos. Nos dados de 2006, em Foz do Iguaçu, cidade paranaense localizada na fronteira do Brasil com Paraguai e Argentina, estima-se que num período de sete anos cerca de quinhentos jovens entre 12 e 18 anos sejam assassinados, o maior índice do Brasil.
A vulnerabilidade social nas periferias ataca diretamente a juventude, que paga o preço caro da não existência de política públicas que possam apontar para uma melhora de vida, no sentido da qualidade de vida. Expostos a violência, ao tráfico e a uma série de ameaças que estão presentes desde as grandes cidades de nosso país a cidades menores como Marabá no Pará com cerca de duzentos mil habitantes onde se estima que em sete anos cerca de duzentos jovens entre 12 e 18 anos serão assassinados.
Deste modo percebemos a necessidade de focalizarmos sempre mais o campo como espaço de vida, a pequena propriedade deverá ser valorizada, para que nossas vulnerabilidades sociais em relação a juventude sejam superadas. É preciso investir em políticas públicas para que nossos filhos e filhas consigam sempre mais permanecer no campo, não como sujeitos isolados, mas com acesso a mecanismos importantes como educação, saúde, lazer, entre outros.
É preciso perceber que com o limite da propriedade novas relações sociais deverão ressurgir, pequenas comunidades, grupos de famílias morando umas próximas das outras vão resgatando um estilo de vida mais comunitário e fraterno de se viver. Assim a cultura camponesa vai se ressignificando e a juventude camponesa ganha sentido, pois consegue ser feliz mesmo morando fora da cidade. E por ter acesso a transportes e estradas consegue acessar os centros urbanos com facilidade. Esse é nosso sonho: que a vida da juventude, seja a vida da terra, da água e de todo planeta, para que tenhamos um futuro com vida digna para todos, onde a produção continue alcançando a mesa de todos os brasileiros e que terra não seja mercadoria, mas seja lugar de vida e não de extermínio.

Confira no site do Limite:
http://www.limitedaterra.org.br/noticiasDetalhe.php?id=212