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domingo, 11 de abril de 2010

CONSCIÊNCIA MOBILIZADORA


Diante de um mundo onde, impera o silêncio, perante a tantas atrocidades cometidas pelos homens em relação a seu semelhante e a natureza. É preciso uma postura de todos: jovens, trabalhadores, mulheres, desempregados, negros, índios, brancos. Não dá mais para fingir que não está acontecendo nada. Ou nos posicionamos, ou vamos continuar como que peixes fora d’água e dando as mesmas justificativas de sempre: “não tenho nada a ver com isto”, “não gosto de política”, “a religião não me atrai”, “sempre foi assim, nunca irá mudar”. São desculpas como estas que fazem com que a uma nação tão rica em recursos naturais, seja uma das nações mais pobres do mundo, que muitas pessoas não tenham o que comer no almoço ou no jantar ou muitas vezes em nenhum dos dois, fazem que políticos fiquem utilizando o dinheiro público para fazer suas “festinhas” e continuem andando em seus carros importados, morando em seus castelos, enquanto a maioria do povo anda a pé e não tem onde morar. Faz com que continuem existindo ruas sem asfalto, sem esgoto.
Cria-se uma cultura, uma mentalidade atrofiada pela indiferença e pelo relativismo. Aí, quando vem a televisão e mostra tudo isto nos assustamos, ficamos horrorizados, e ao invés de isto criar uma revolta consciente, que nos levaria a agir diferente pelo menos na hora de votar, cometemos os mesmos erros, elegemos os mesmos, que continuam usando do nosso voto para crescer na vida. Não temos coragem de andar um pouco a pé, pois a passagem do ônibus está muito cara, ou de deixar de comprar certa marca de produto, pois seu preço já não é mais o mesmo. Preferimos aceitar calados.
O que não sabemos, ou fingimos não saber, é que temos condições diárias de lutar por um mundo diferente, cabe a cada um, assumir uma postura mais mobilizadora, menos acomodada. O vizinho fala pra vizinha, o filho fala para o pai, o marido pra mulher, o amigo pra amiga, assim vai-se criando uma corrente de consciência que pode não parecer surtir efeito, mas que mais cedo ou mais tarde sentiremos as mudanças. Não podemos esquecer de nossos filhos e netos que crescerão e poderão encontrar um mundo impossível de se viver, a herança de uma sociedade melhor de se viver tem que começar a ser plantada agora, como a semente que só produzirá frutos mais tardes, mas que para produzi-los é necessário lançar a semente, assim também a construção de um mundo mais justo, fraterno e de amor, só poderá acontecer se cada um se mobilizar e fizer sua parte nesta empreitada. Vamos criar consciência a partir do que estamos acostumados ver e que achamos não mais mudar, para tanto vamos deixa-nos emaranhar por um espírito, corajoso, mobilizador, capaz de tornar possível o que antes era impossível, mas será necessário primeiro uma mudança interna, esta por sua vez fará com que as ações escapem para fora, mobilização não se dá somente em processos revolucionários ou em grandes manifestações, mas também e principalmente no cotidiano e no interior de cada pessoa.